Furacões ou brisa suave

Que sonho é este que me acorda da vida de todos os dias para a Vida que não se esgota em antes e depois e que simplesmente É Agora e Sempre?

É o enlevo da Tua ternura Ò Pai Eterno que Cristo me dá a conhecer a cada instante do meu ser. Já mais não posso evitar reconhecer a Tua presença, em tudo e em todos. Porque Tu És Presença. Constante. Mas não como o mundo, sufocante.

A Tua Presença, sendo primeiramente exterior, confina-se a cada uma das minhas células físicas, suavemente, gradualmente, na medida do meu passo e nunca maior, mas firme e firmando, revelando essa Presença, contínua, amorosa, fortalecedora, confiante e fonte de confiança.

Subo e desço do “teu manto” numa familiaridade que tão somente quer mostrar que estás acessível aos teus filhos que Te buscam. Ainda assim Meu Senhor me enches de graça também aqui deixando-me viver o espírito com limites traçados, pois sabes bem que eu sou daqueles que em tudo me entrego ao Teu serviço, mas a visão das coisas de casa me fazem ansiar pelo retorno e assim talvez eu Te desobedecesse ao constatar que ao elevar-me nestas espirais de ternura que são o meu veiculo, poderia “estacionar á porta de casa” e quem sabe até barricar-me para não mais descer aqui…   só a força do Teu amor sábio e filial me dá a certeza do caminho, pois sempre estás detrás da janela de cristal da qual não distingo o Teu rosto mas sei que és TU, porque abrando a velocidade como quem vai parar, mas a visão dessa silhueta, pura e consoladora, me “diz” que ainda não é a hora e me faz descer em maior velocidade em direcção Á Vontade Suprema de serviço eterno.

O meu ser vai-se dissolvendo em todas as suas certezas e jogos humanos, ao ponto de que vivo, absolutamente sem interesse nas coisas do mundo, na medida em que elas não sejam necessárias ao que é importante e duradouro: A Presença, a revelação dessa Presença: que não se faz em pregações nem em pensamentos elaborados, mas no silêncio total e verdadeiro, no apagamento do meu ser, que já sem desejos nem vontades, se integra Na vontade única e eterna que une o Universo. Sou um corpo de Luz e Vida em que a humanidade já é latente na Tua presença. Já não são necessárias perguntas nem respostas, porque o Ser não levanta questões, simplesmente sabe sem ainda saber…não tem essa necessidade…os véus humanos ao serem dissolvidos, mostram a realidade da nossa essência da nossa verdade, e contrariamente ao que deveria ser o correcto, na mente humana, quando a verdade se ensina e se disponibiliza a ser observada, é então que o apelo ao silêncio se efectiva na sua totalidade…pois a Verdade não pode ser dita, pode ser apontada, mas não dita por palavras humanas…só um homem neste mundo conseguiu falar com propriedade da Verdade, porque ELE era (e é) a própria Verdade e como sabeis foi na maior parte do tempo mal entendido.

…Mas apontou o caminho…que deve ser levado para que a verdade que não pode ser proferida, possa ser sentida, em cada pensamento em cada respiração, em cada lugar, em cada célula, até que a dissolução do desejo e da vontade que nos prende á materialidade possa ser absoluta.

O Absoluto, um mistério que vive em ti em cada um de nós, dá-te nada menos nem nada mais que a sua própria fonte de eternidade, que em ti jorra consoante “ aprendas a abrir a torneira”. Quando pensares que a tua fonte secou, recorda a tua origem e a presença dessa “torneira” de graças que te cabe a ti voltar a abrir.

Por muitas palavras que te possa dizer, o silêncio consciente, a busca da interioridade não como alheamento ou alienação, mas como encontro com o teu 1º “próximo”: tu mesmo e a constante renovação da tua “ciência” das coisas do mundo, farão milagres intermináveis que não podem ser igualados nem expressos por qualquer palavra. Na minha inutilidade para o mundo e em humildade “Cristológica”, (nada faço por mim mesmo) eu to prometo, se crês nas coisas Santas e Perfeitas.

O amor é a fé que te sustenta, e a Fé é o amor renovado, mas para isso não podes confundir amor com paixão que é sinónimo de egoísmo…amor é todo  contrario à paixão…e as relações humanas estão impregnadas de paixão. Até entre pais e filhos mães e filhas…Não podes ter medo de ser tido como insensível, por não reagires ás paixões do mundo quando o teu coração já abarca um Universo de amor na fraternidade que une as presenças NA PRESENÇA.

A Paixão é carne. Vive e morre como as tempestades e os furacões. No fim só resta a brisa suave.

O Amor é espírito…agora.

Brisa suave que refresca e renova.

A busca é entre as brisas suaves e os terramotos e furacões.

Que simplicidade de escolha que o Pai te proporcionou.

Vive no meio dos furacões e tempestades, ou encara a possibilidade de outra existência, pois no fim só mesmo a Brisa Suave prevalecerá.

Bem hajam na Luz que tudo envolve

Hoje Creio Profundamente que ainda que de forma débil o Amor já É Amado

e o será sempre mais e mais e mais...